Um dia, num leve sopro do vento,
Das cinzas romperei, alma lavada,
Sem dor, sem mágoa, ou abatimento,
Sem cicatrizes, nem face marcada...

Um dia, sairei, sem acanhamento
Do casulo, borboleta encantada,
O passado em completo esquecimento,
Sem traumas, pela vida, apaixonada...

Um dia renascerei em paz, inteira
De esperanças novamente nutrida
Livre da nostalgia, tão costumeira...

Um dia voltarei, sorrindo brejeira
Alegre, em lindos sonhos, absorvida
Da solidão, nunca mais, hospedeira!

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Soneto do Poeta Inaldo Santos...
Obrigada Inaldo pela inspirada interação!

MANUAL DAS CICATRIZES (PERGUNTAS E RESPOSTAS)

Casulo rompido?
Véu esquecido?
Sem cicatriz?
Final feliz?

E quem ficou?
Cicatriz curou?
Vive em paz?
Ou triste Jaz?

O quê importa?
Cicatriz tua tem?
Ou vive à porta?

Borboleta? Não.
Casulo? Vem.
Cicatrizes? Solidão.
(Inaldo Santos)